Máxima

"Não basta ensinar ao homem uma especialidade, porque se tornará assim uma máquina utilizável e não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto" . (Albert Einstein)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Tesouros da Babilônia



Por Khalid al-Ansary
BAGDÁ (Reuters) - Arqueólogos iraquianos descobriram 4.000 artefatos, em sua maioria da antiguidade babilônia, incluindo carimbos reais, talismãs e tabuletas de argila marcadas em escrita cuneiforme sumeriana, a mais antiga forma conhecida de escrita.
O Ministério do Turismo e das Antiguidades anunciou na quarta-feira que os tesouros foram encontrados após dois anos de escavações em 20 lugares diferentes nas regiões entre os rios Tigre e Eufrates, a terra descrita pelos gregos da antiguidade como Mesopotâmia.
Além de artefatos babilônios, foram encontrados artefatos do império persa da antiguidade e outros de cidades islâmicas medievais, mais recentes.
"Os resultados destas escavações indicam que as antiguidades iraquianas não vão se esgotar no futuro próximo", disse um porta-voz do Ministério do Turismo e das Antiguidades, Abdul-Zahra al Telagani.
"Eles também nos incentivam a continuar o trabalho de reabilitação de nossos sítios antigos, para convertê-los em atrações turísticas."
Os artefatos serão transferidos para o Museu Nacional em Bagdá, que precisa ser reabastecido desde que saqueadores roubaram dele aproximadamente 15 mil artefatos após a invasão de 2003 liderada pelos EUA. Desde então, cerca de 6.000 dos itens roubados foram devolvidos.
Situado no coração de uma região descrita pelos historiadores como berço da civilização, o Iraque espera que a redução da violência para níveis não vistos desde o final de 2003 incentive turistas a visitar seus sítios antigos.
Alguns dos destaques potenciais incluem a cidade bíblica da Babilônia, famosa por seus Jardins Suspensos, a cidade assíria de Nínive, ao norte, relíquias de muitas cidadelas islâmicas medievais e alguns dos santuários e mesquitas mais sagrados do islã xiita.
O Iraque recebeu o primeiro grupo de turistas ocidentais no mês passado, e as autoridades esperam que venham outros.
Abbas Fadhil, chefe da equipe responsável pelas escavações, acha que alguns dos artefatos encontrados podem ter significado enorme.
Dos dois talismãs raros encontrados, um mostra um rosto esculpido em estilo sumeriano, emoldurado por um triângulo. O outro é uma pedra vermelha com um antílope correndo gravado nela.
Qais Hussein Rasheed, diretor interino do comitê de antiguidades e patrimônio histórico, disse a jornalistas que o país ainda tem um problema sério com saqueadores assaltando sítios arqueológicos.
"Esses sítios são vulneráveis a roubos intermináveis cometidos por ladrões, contrabandistas e quadrilhas organizadas, porque não são protegidos", disse ele. "Pedimos aos ministérios relevantes que mandem policiais para vigiá-los, mas não recebemos muitos até agora."

2 comentários:

  1. É irrisório pensar que um tesouro incomensurável como os artefatos milenares encontrados na região da antiga Babilônia possam estar tão desprotegidos; além de ser um verdadeiro "pecado" cultural o sumiço dessas peças, pode-se elucubrar que seu desaparecimento por completo seja possível e o contrabando, por conseguinte,permite-se à uma individualização da posse de uma peça, a qual poder-se-ia contemplar em algum instituto histórico ou museu. Tal qual o petróleo explorado em terras iraquianas, os resquícios de civilizações precedentes são riquezas, não só a nível capital, não obstante parte da configuração cultural de toda a humanidade.

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  2. Talvez essas peças reacendam as considerações acerca do legado oriental à produção cultural do ocidente. Buscando a especificidade da organização desse território, tais artefatos elucidam a organização e influência dos povos que ali residiam. A face palída da tela inda virgem, traduz o desaparecimento de tais artefatos. Esperamos mais notícias, e que esse quadro torne-se completo no sentido de sua inspiração binominal: arqueológica/histórica

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