Máxima

"Não basta ensinar ao homem uma especialidade, porque se tornará assim uma máquina utilizável e não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto" . (Albert Einstein)

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Características tradicionais do povo romano

A obediência à autoridade foi por certo a principal característica do Romano. A educação radicava-se no respeito ao pai (pater famílias), que podia dispor da vida e bens de todos os membros da família. No plano da cidade, havia o respeito à vontade dos magistrados ou de quem estivesse investido de poderes civis.P-paterfamilias-1

A submissão à disciplina deu coesão política aos Romanos, permitindo-lhes a constituição de um vasto império e triunfo sobre inimigos poderosos. A educação em Roma pertencia à família. Era o pai quem incutia aos filhos o amor à pátria e o orgulho pela condição de cidadão romano.

É certo que a mulher romana não era livre. Pertencia ao pai, que lhe escolhia marido, e ao marido, que sobre ela passava a ter direito de vida e de morte. Quando nascia uma menina, o pai 1romaantigapodia não se conformar, expondo-a à porta de casa e deixando qualquer transeunte tomar conta dela, se assim o desejasse. Se ninguém se compadecesse, a criança morria ao abandono. Os Romanos souberam, apesar de todos estes defeitos dignificar a mulher mais do que nenhum povo da Antiguidade. Era ela quem dirigia a vida doméstica ao lado do marido, orientando as atividades do lar, as refeições, e participando ainda das cerimônias civis, assistindo aos jogos e comparecendo mesmo nos tribunais.

Embora de costumes rígidos e menos afáveis do que os Gregos, os Romanos tiveram a preocupação de cultivar certas qualidades, que os dignificaram. Entre elas a gravitas, ou dignidade. Esta dignidade tem um sentido algo diferente do que nós hoje lhe damos. Gravitas significava não só caráter, honra, mas ainda a associação da inteligência ao coração.

Outras qualidades apreciadas foram a lealdade, firmitas; a virtus, significando energia viril, coragem e bravura; a constantia, firmeza de caráter; a clementia, ou indulgência, no sentido de renúncia aos seus direitos; a frugalitas, simplicidade, frugalidade no comer e no trajar; a severitas, a severidade para consigo mesmo; e a pieta, mulheromanao respeito aos deuses.

Na mulher, a qualidade que mais apreciavam era a austeridade. O melhor elogio que se podia dar a uma matrona (mãe de família) era escrever em seu túmulo: Ela ficava em casa e fiava a lã…

Os Romanos mantiveram durante os primeiros séculos da República estes valores, que os auxiliaram na unificação da Itália e no domínio de quase todo o mundo então conhecido. Foi exatamente à simplicidade primitiva, que fazia de todo cidadão um agricultor e um soldado, que Roma ficou a dever a sua importância histórica.

Os Romanos respeitaram, até o fim do Império, esses valores, embora sob forma ideal, pois, com a conquista da Grécia e com os contatos com o mundo helenístico oriental, a sobriedade primitiva cedeu perante o luxo e a imoralidade. No entanto, foi ainda o respeito pelos valores tradicionais, em especial a gravitas, a pietas e a virtus, que manteve a unidade política. Foram esses elos que permitiram uma ligação entre um passado assente numa educação familiar rígida e a assimilação de mundos novos, ricos de solicitações.

aguia imperial

Os Romanos dos primeiros séculos cultivaram ainda a humanitas, a melhor herança da sua civilização. A humanitas traduz o respeito pela pessoa humana, o respeito pelos outros e pela sua liberdade.

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Fonte: Texto gentilmente cedido a nós pela profª Clotilde Paul

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Italianos reconstroem o rosto de Nefertiti


Após meses de estudo, o etnólogo italiano e professor da universidade de Trieste Franco Crevatin e o historiador especializado em cosmética Stefano Anselmo recriaram o que asseguram ser o verdadeiro rosto da rainha Nefertiti da 18ª dinastia do Antigo Egito.
A dupla usou como referência o busto existente no Neues Museum, em Berlim, sua única imagem que chegou aos nossos dias. Uma tomografia computadorizada revelou que o busto escondia dois rostos: Um deles, gravado em pedra caliça por baixo do estuque do busto, não coincidia perfeitamente com o admirado após sua descoberta em 1912 em escavações dirigidas por uma equipe alemã.
O resultado final é uma Nefertiti com um rosto mais suave e arredondado e um olhar mais doce, distante da imagem de severidade e mistério que durante anos foi apreciada no busto atribuído ao escultor Tutmose.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Robô da Grécia Antiga era movido a trigo

Aparelho de sábio de Alexandria do século 1 era 'programável' com corda. Máquina andava e apresentava show; robótica pode ser ainda mais antiga.


Já era de esperar que o robô mais antigo do mundo não tivesse cérebro de silício ou fosse movido a eletricidade, mas nem a mente mais familiarizada com a Antigüidade seria capaz de imaginar que ele andasse e até apresentasse um teatrinho com a ajuda de... grãos de trigo.

Quem está desenterrando detalhes sobre o autômato do século 1 d.C. é o cientista da computação britânico Noel Sharkey, da Universidade de Sheffield. Sharkey vasculhou as obras teóricas de Heron de Alexandria, o legendário criador do autômato, e diz ter descoberto que ele é a primeira máquina guiada por um programa -- tal como os computadores modernos -- cujos registros chegaram até nós.

Sem disco rígido ou memória RAM, a programação tinha de ser incorporada ao robô por meio de cordas, que eram enroladas em determinada seqüência em torno dos eixos de suas rodas dianteiras. O trigo ajudava a controlar a força motriz: na parte de trás do autômato, a cordinha que estava enrolada em torno dos eixos ficava presa a um peso. Esse peso, por sua vez, ficava no alto de um tubo cheio de grãos de trigo. O tubo tinha um furo, do qual os grãos iam caindo devagarzinho: assim, o peso ia baixando cada vez mais, fazendo os eixos rodarem e o robô inteiro se mover (veja animação abaixo).

Robótica homérica

A pergunta que fica inevitavelmente no ar é: até que ponto do passado a tradição de fazedores de robôs pode recuar? Sharkey cita uma passagem do poeta épico grego Homero (que provavelmente viveu por volta do ano 800 a.C.), no qual são descritas trípodes (uma espécie de tripé) criadas pelo deus Hefesto, o ferreiro do Olimpo. Tais trípodes teriam rodas de ouro "que as permitiam ir sozinhas para as assembléias dos deuses, uma maravilha de se contemplar", diz Homero.

"É claro que essa referência é ficcional, mas o intrigante disso tudo é que robôs em forma de trípode têm um design excelente, usado ainda hoje. Homero não tinha fama de engenheiro; portanto, é possível que ele tenha tirado a idéia de algo que já existia. Ou foi pura sorte. De qualquer maneira, acho que vale a pena investigar, e é o que estou fazendo", conclui Sharkey.


Filme - Lançamento

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Alejandro Amenábar, o grande diretor espanhol de "Os Outros" e Mar Adentro", está lançando seu novo filme, "Agora". O drama conta a história de Hipátia de Alexandria, que viveu no século IV e foi a primeira mulher a se destacar nos campos da matemática, filosofia e astronomia. Hipátia é interpretada pela ganhadora do Oscar Rachel Weiz, que já provou seu talento em filmes como "O Jardineiro Fiel" e "A Múmia". Imperdível para quem curte História Antiga.
Assista ao trailer: